Boavista's Circuit Bending Project

Concerto do projecto Circuito Bending da Boavista no dia29 de Setembro nas ruínas da Rua de Trás, Porto Aqui está a crítica e explicação do evento tirada do Templo Zebra: Nas ruínas da Rua de Trás, um sítio algo perdido na zona dos Clérigos, eis que aparece esta pequena apresentação pública do grupo Circuito Bending da Boavista, uma das sete comunidades da Digitópolis, projeto orquestra da Casa da Música do Porto e aqui inserido no festival Manobras no Porto. Entre buzinas da polícia e sons de carros que passam na rua, um cão que surge a ladrar lá pelo meio, brinquedos que se transformam em instrumentos musicais e montes de pequenos rádios portáteis, a experiência de tanta coisa explode e fica-se ali a ver e a escolher o que seguir. No circuit bending imagina-se que haja sempre este espírito do it yourself: um firme esforço em experimentar ideias novas, errar, estragar, descobrir, brincar um pouco e no fim vê-se o que sai dali, sem pressões. Mais do que o resultado importa é a curiosidade. Uma orquestra portátil de objetos eletrónicos, feitos provavelmente de trial and error contínuos, é assim que se constitui este Circuito Bending da Boavista. Esqueça-se as tomadas elétricas, aqui trabalha-se a pilhas. Por vezes há situações deste género, misturas onde a música é tão despreocupada que se cruza com a performance e o puro improviso. Cinco pessoas que fazem som, uma outra focada no vídeo, amálgama de dispersões onde vale tudo. Uma aleatoriedade compositiva que parece ser fruto do acaso, cacofonia de sons e bom ambiente entre todos, uma família de diversas origens que se reúne para a partilha de descobertas, afinal é isso o mais importante. Um embrulho de coisas perdidas que resulta num concerto breve, bem curto e curioso do início ao fim. Porque há projetos que merecem ser mostrados em público, nem que seja na maior das informalidades.

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