Mesinha de Cabeceira Fanzine Cover #24

Capa do Fanzine de BD: Mesinha de Cabeceira #24 Mesinha De Cabeceira ________________________________________________________ Crítica de Pedro Moura: Mesinha de Cabeceira # 24. AAVV (MMMNNNRRRG) Comecemos pelos veteranos. Este número poderia ser chamado de “especial respigadura”, já que consiste basicamente em trabalhos produzidos para projectos que ora foram abortados – os casos das curtas de Tim Morris e Gigi i Gigi que seriam para a defunta Quadrado, na sua vida da Bedeteca de Lisboa, e duas histórias de Marcos Farrajota, de um projecto maior que poderá vir ou não a concretizar-se na sua completude. A capa, por Dr. Urânio, surge como teaser de projectos seguramente a vir. Além desse gesto ao nível editorial, o acto respigador de Farrajota é também sentido no interior das próprias narrativas, que aliam temas mais ou menos comuns, e que ganham contornos de intervenção política e social, de não apenas descontentamento e afastamento em relação a certos confortos, como procurando mesmo, sobretudo no caso de Farrajota, de alternativas para as formas como nos relacionamos com o mundo. A capa mostra uma colagem de um espaço complexo, em que se mistura a ideia de um gabinete de curiosidades (tudo ideias fósseis e taxidermizadas, como as utopias citadas pelo editor?), o que parecem ser restos de tecnologia (as promessas goradas da contemporaneidade?) e uma criatura com uma estranha máscara (a falha das convenções sociais?) com um objecto indiscritível no tampo da mesa (um objecto estético, apenas forma?). O mesinha, sempre em provocação.

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